Publicado originalmente na REDE SOCIAL PROPOST
Hoje no horário do almoço, como de costume, liguei a TV pra fugir um pouco do silêncio do ambiente. Estava passando um programa chamado The Voice Brasil , o qual possui alguns jurados que selecionam supostos artistas em uma eliminatória.
Esse formato de programa não é novidade, sendo que a muito tempo na televisão Brasileira eu tenho visto coisas desse tipo passar. Lembro por exemplo de quando eu era criança e um programa do SBT lançou uma banda de garotas chamada ROUGE. Já dando um exemplo mais atual, existe ainda aquele programa Ídolos, que segue essa mesma linha, fornecendo ao vencedor a possibilidade de gravar um disco.
O "x" da questão é: onde estao os vencedores de todos esse programas? O que eles fizeram de relevante? Alguém lembra de algum? Alguem ainda canta alguma música do Rouge? Ou pior, alguem lembra do vencedor do ídolos de 2 anos atrás? Por que esses programas apesar de tantas etapas de eliminatórias não conseguem de fato formar um ídolo nacional?

(Lembra dessa? O sucesso durou menos que o tempo de eliminatória do programa)
A resposta para isso eu já compreendia, mas o interessante foi ouvir alguém do próprio meio musical confirmar esses fatos, o que foi caso do produtor Rick Bonadio (pra quem não lembra ele ficou famoso no meio após lançar os Mamonas Assassinas). Em dado momento de umaentrevista para o programa “Agora é Tarde” da Band, o apresentador Danilo Gentilli fez a seguinte pergunta: “Porque o vencedor do ídolos não se torna um ídolo?"
E a resposta do Rick Bonadio foi a seguinte: “O cara que tem o espírito de ser um ídolo, o espírito de ser um grande artista, ele jamais vai se sujeitar a ir em um programa de televisão qualquer pra tomar um esporro de um cara que não sabe o que tá falando.”

(Entrevista de Rick Bonadio no Agora é Tarde. Assista aqui)
Percebeu a contradição que há nesse processo? Imagine aquelas aspirantes a artistas, concorrentes desses programas, com os olhos brilhando cheios de lágrimas enquanto a Claudia Leite elogia sua voz , que não passa de uma cópia de uma Mariah Carey qualquer da vida, com a diferença que está cantando uma música nacional. Que credibiliade teria uma cantora dessa?
Agora imagine nomes consagrados da música nacional, muitos dos quais se quer tem uma voz perfeita, mas se destacaram por outros atributos, como por exemplo pela qualidade de suas canções/composições, que atravessaram a barreira do tempo, atingindo várias gerações seguintes, ou pela atitude, como o fato de fazerem sua música sem se submeterem as tendencias do mercado. Verdadeiros artistas que nunca são esquecidos pelo tempo, pois deixaram uma impressão digital nítida em sua obra, sendo totalmente autênticos. Você já viu algum desses caras se expondo em um programa desses por uma chance na mídia?
Barbarizando um pouco mais nos meus comentários, imagine um artista do potencial de Dylan, se submetendo a um programa como o Ídolos para levar um esporro do Supla, por exemplo, pelo fato de ter uma voz meio fanha(como de fato, ele tem). Que sentido teria isso? Eu fico besta de ver nas redes sociais comentários de pessoas que assistem a esses programas e se emocionam com uma voz perfeita, que na maioria das vezes é uma cópia de muitas outras vozes conhecidas e consagradas. Mas eu faço um desafio, tente lembrar o nome desses mesmos cantores no ano que vem.

(Que tal ser esculhachado pelos "experts" da arte e da música?)
Concluindo: a arte não é sobre como você consegue copiar a voz do Leonardo ou da Mariah Carey, ou como você canta parecido com a Ivete Sangalo. A arte independente do instrumento utilizado, se um pincel, uma caneta, ou uma guitarra, é sobre mostrar ao espectador novas possibilidades, novas formas de ver o mundo, é sobre ver a vida através de novos angulos. E não importa quantos "Ídolos" ou "The Voice Brasil" existam, esses formatos de programa nunca vão alcançar verdadeiros artistas e todos os seus vencedores serão inevitavelmente esquecidos pelo tempo. Agora é claro, como proposta de entretenimento televisivo até concordo que esses programas possam servir, mas como referencia de arte, ou de um veiculo para se lançar artistas relevantes, jamais.
E como já dizia Oscar Wilde, não é o artista que precisa se adequar as necessidades do público, e sim o público que deve sempre se esforçar para chegar perto do nivel de um artista.
Merecemos mais do que idolatrar por uma semana esses pseudoartistas fabricados pela mídia. Tentemos nos esforçar mais.
Esse formato de programa não é novidade, sendo que a muito tempo na televisão Brasileira eu tenho visto coisas desse tipo passar. Lembro por exemplo de quando eu era criança e um programa do SBT lançou uma banda de garotas chamada ROUGE. Já dando um exemplo mais atual, existe ainda aquele programa Ídolos, que segue essa mesma linha, fornecendo ao vencedor a possibilidade de gravar um disco.
O "x" da questão é: onde estao os vencedores de todos esse programas? O que eles fizeram de relevante? Alguém lembra de algum? Alguem ainda canta alguma música do Rouge? Ou pior, alguem lembra do vencedor do ídolos de 2 anos atrás? Por que esses programas apesar de tantas etapas de eliminatórias não conseguem de fato formar um ídolo nacional?

(Lembra dessa? O sucesso durou menos que o tempo de eliminatória do programa)
A resposta para isso eu já compreendia, mas o interessante foi ouvir alguém do próprio meio musical confirmar esses fatos, o que foi caso do produtor Rick Bonadio (pra quem não lembra ele ficou famoso no meio após lançar os Mamonas Assassinas). Em dado momento de umaentrevista para o programa “Agora é Tarde” da Band, o apresentador Danilo Gentilli fez a seguinte pergunta: “Porque o vencedor do ídolos não se torna um ídolo?"
E a resposta do Rick Bonadio foi a seguinte: “O cara que tem o espírito de ser um ídolo, o espírito de ser um grande artista, ele jamais vai se sujeitar a ir em um programa de televisão qualquer pra tomar um esporro de um cara que não sabe o que tá falando.”

(Entrevista de Rick Bonadio no Agora é Tarde. Assista aqui)
Percebeu a contradição que há nesse processo? Imagine aquelas aspirantes a artistas, concorrentes desses programas, com os olhos brilhando cheios de lágrimas enquanto a Claudia Leite elogia sua voz , que não passa de uma cópia de uma Mariah Carey qualquer da vida, com a diferença que está cantando uma música nacional. Que credibiliade teria uma cantora dessa?
Agora imagine nomes consagrados da música nacional, muitos dos quais se quer tem uma voz perfeita, mas se destacaram por outros atributos, como por exemplo pela qualidade de suas canções/composições, que atravessaram a barreira do tempo, atingindo várias gerações seguintes, ou pela atitude, como o fato de fazerem sua música sem se submeterem as tendencias do mercado. Verdadeiros artistas que nunca são esquecidos pelo tempo, pois deixaram uma impressão digital nítida em sua obra, sendo totalmente autênticos. Você já viu algum desses caras se expondo em um programa desses por uma chance na mídia?
Barbarizando um pouco mais nos meus comentários, imagine um artista do potencial de Dylan, se submetendo a um programa como o Ídolos para levar um esporro do Supla, por exemplo, pelo fato de ter uma voz meio fanha(como de fato, ele tem). Que sentido teria isso? Eu fico besta de ver nas redes sociais comentários de pessoas que assistem a esses programas e se emocionam com uma voz perfeita, que na maioria das vezes é uma cópia de muitas outras vozes conhecidas e consagradas. Mas eu faço um desafio, tente lembrar o nome desses mesmos cantores no ano que vem.

(Que tal ser esculhachado pelos "experts" da arte e da música?)
Concluindo: a arte não é sobre como você consegue copiar a voz do Leonardo ou da Mariah Carey, ou como você canta parecido com a Ivete Sangalo. A arte independente do instrumento utilizado, se um pincel, uma caneta, ou uma guitarra, é sobre mostrar ao espectador novas possibilidades, novas formas de ver o mundo, é sobre ver a vida através de novos angulos. E não importa quantos "Ídolos" ou "The Voice Brasil" existam, esses formatos de programa nunca vão alcançar verdadeiros artistas e todos os seus vencedores serão inevitavelmente esquecidos pelo tempo. Agora é claro, como proposta de entretenimento televisivo até concordo que esses programas possam servir, mas como referencia de arte, ou de um veiculo para se lançar artistas relevantes, jamais.
E como já dizia Oscar Wilde, não é o artista que precisa se adequar as necessidades do público, e sim o público que deve sempre se esforçar para chegar perto do nivel de um artista.
Merecemos mais do que idolatrar por uma semana esses pseudoartistas fabricados pela mídia. Tentemos nos esforçar mais.
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